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10 Vezes que o Rap Brasileiro se Conectou com Seus Irmãos Latinos

Jeff Ferreira
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Infelizmente não é comum a aproximação do rap brasileiro com os irmãos da América Latina, o idioma é uma das grandes barreiras, o Hip Hop Latino, no ponto de vista dos outros países, se reconhece e se conecta, dificilmente nos brasileiros consumimos o rap de algum pais vizinho, e do contrário também é verídico. No entanto, alguns artista brasileiros, da cultura Hip Hop, buscaram por quebrar esse paradigma e fizeram conexões latinas.

Minhas Razões  - Argentina e Brasil

O rapper Coruja BC1, de Bauru, se juntou ao rapper argentino Emanero na música “Minhas Razões”, feita em 2013 em Buenos Aires, com beat do Skeeter e mixagem pelo porteño. Emanero começou no rap em 2004 fazendo sua própria produção e com 17 anos lançou o álbum My Firts Maketa, além de rapper Federico Andrés Giannoni atua na Televião, sendo um dos atores da mini-série Presente, do canal Ecuentro de seu país. A música integra o álbum A Voz do Coração, de 2014, do rapper brasileiro.

Video Clipe de "Minhas Razões", de Coruja BC1 e Emanero

Motivos Auditivos - Chile e Brasil

Já o Haikaiss fez a conexão com os chilenos do grupo MamboRap em 2015, com a música “Motivos Auditivos”, com instrumental de Neo Beats e mixagem do Spvic. Como curiosidade, as legendas que aparecem no clipe são assinadas pelo Sandrão do RZO (junto com a Samantha Machado). O MamboRap foi formado no final de 2007 e começo de 2008 é um dos principais grupos do Chile no cenário underground e conhecido por uma mistura de ritmos, originários do bairro Las Rejas Psycho, em Santiago.

Video clipe de "Motivo Auditivo", do Haikaiss e MamboRap

Madre Tierra - Argentina e Brasil

O Inquérito fez uma conexão com um dos maiores nomes do Hip Hop argentino, Malena D´Alessio, conhecida em toda América Latina pelo seu trabalho musical no grupo Actitud María Marta, a artista já havia gravado com a banda O Rappa, na música “Óbvio”. O Inquerito foi a Buenos Aires para Festival Latinoamericado Del Ritmo, e a passagem pela capital federal argentina resultou no single “Madre Tierra”, música que faz a junção do tango com o rap em refrão cantando pelo, também argentino, Ramiro Abrevaya.

 Video clipe de "Madre Tierra", de Inquérito e Malena D'Alessio

Uma Só Voz - Cuba e Brasil

O Inquérito é responsável por outra conexão latina, dessa vez com os cubanos do grupo La Invaxión, dos reappers El Cepe e Black Soul, e encontro se deu através de Mala Bizta, integrante do grupo e que Renan havia conhecido no Uruguai meses antes. A música “Uma Só Voz” foi gravada, mixada e teve vídeo clipe rodado em tempo recorde, tudo isso aconteceu em apenas um dia. La Invaxión é um nome de grande prestigio na cena cubana com cinco álbuns em sua discografia, os cubanos também participaram do disco Sistema de Soma – A Quebrada Constrói, da banda Asfixia Social, na faixa “Nóiz Tem a Voz”.

 Video Clipe de "Uma Só Voz" - Inquérito e La Invaxión

Qué Pasa - Cuba, México e Brasil

Outro encontro entre Cuba e Brasil se deu através do Projota, o rapper paulista gravou com o lendário grupo Orishas, um dos pioneiros do Hip Hop Cubano, e nos tempos do underground na ilha respondiam sobre o nome La Amenaza, e se tornaram populares na America Latina e Europa pela mescla de rap com ritmos cubanos, como a salsa, rumba e o guaguanco, difundindo a identidade afro-latina. Em “Qué Pasa”, além dos cubanos Yotuel, Roldán e Ruzzo, tem a participação do artista mexicano Mario Bautista.

Video Clipe de "Qué Pasa", do Projota, Orishas e Mario autista

No Pierdas La Cuenta - Colômbia e Brasil

O rapper de Guaratinguetá, Enidê MC, depois de seu disco Mangueando Vou, recheado de referências latinas, fez a conexão com o colombiano N. Hardem, na música “No Pierdas La Cuenta”, para o projeto Trotamundos do México, onde será lançada em vinil com o apoio cultural da Sprite e Budweiser. O artista de Bogotá tem cinco álbuns e é considerado como “o rapper favorito do seu rapper favorito” na cena da Colômbia.

Música "No Pierdas La Cuenta", de Enidê MC e N. Hardem

Cholonización - Equador e Brasil

Emicida se conectou com o pouco explorado rap equatoriano, e junto do MC Guanaco lançou a música “Cholonización”, que fez a mistura da cumbia latina com o berimbau africano. A aproximação do brasileiro com o artista de Guayaquil se deu através da turnê de Emicida pela América do Sul, e se conheceram em Quito. O termo “cholo” se refere aos povos dos andes, descendentes indígenas que habitam as regiões das cordilheiras da Bolívia, Chile e Equador, muitas vezes usado de forma pejorativa. “Cholonización” integrou o álbum homônimo do rapper equatoriano, lançado em 2019.

  Video Clipe de "Cholonización", de Emicida e Guanaco

Hacia El Amor - Cuba e Brasil

Emicida também atuou junto do duo Ibeyi, formado pelas gêmeas franco-cubano Lisa-Kaindé e Naomi Díaz, que apesar de nascidas na França, são filhas do músico cubano Miguel Anga Díaz, percussionista da banda Buena Vista Social Club, as meninas cantam em inglês, espanhol e iorubá, idioma de origem africana que em Cuba chegou com os negros escravizados. Essa parceria rendeu duas músicas: “Libre”, lançada em 2019 no álbum do rapper, o AmarElo, e “Hacia El Amor”, single que o paulista canta em espanhol referenciando o emblemático e politizado grupo Calle 13, de Porto Rico.

Video clipe de "Hacia El Amor", de Emicida e Ibeyi

Fortificando a Desobediência / 1959-2002 - Cuba Brasil

O rapper Xis é um dos pioneiros do Hip Hop do Brasil a fazer uma conexão latina, em 2001 em seu álbum Fortificando a Desobediência, o rapper de São Paulo fez uma parceria com os cubanos Telmary, Papo Record e Primera Base, encontro se deu depois que Xis tocou no Festival Havana Hip Hop. O projeto foi gravado na capital de Cuba e rendeu duas faixas para o álbum, a primeira, faixa três do disco, é homônima ao álbum, enquanto que a outra é a última e leva o nome de “1959-2002”, anos da vitória da Revolução Cubana, comandada por Fidel Castro e o ano da chegada de Lula a presidência do Brasil.

Música "Fortificando a Desobediência", de Xis, Telmary, Papo Record e Primera Base

 Música "1959-2002", de Xis, Telmary, Papo Record e Primera Base

Visto Permanente - Bolívia, Perú e Brasil

Fechando a lista temos o projeto Latam Squad, formado por jovens latinos que vivem no Brasil, são peruanos, bolivianos e brasileiros que têm em comum o Hip Hop, além da identidade latina. O coletivo conta com o grupo PTZ, do boliviano O Bryan, com influência de Bone Thugs-n-Harmony, Racionais MC's e Los Aldeanos. Também tem as irmãs bolivianas do Santa Mala, peruano Paul Pacheco, o brasileiro Egon, os bolivianos do
La Mil 8 Crew e por fim os brasileiros do Sujos Clã. A Música "Visto Permanente" traz todos esses sotaques e os dois idiomas numa especie de hino do Latam Squad:

Video Clipe de "Visto Permanente", do Latam Squad com Santa Mala e PTZ.

Sobrevivir - Argentina e Brasil

Como bônus, temos a união do rapper brasileiro David Prado com o MC e Produtor de Buenos Aires, Gerre, com a música "Sobrevivir", que integra o álbum Génesis do artista argentino, lançado em 2018:
Música "Sobrevivir", de Gerre e David Prado.

Confira a Playlist no Spotify da conexão Rap Brasil + América Latina: 
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