Desconstruindo
o que foi construído para te prender, Lheo Zotto lança o single “É O Rap”, o
artista mineiro recentemente trocou uma ideia com o Submundo, bate papo que
você pode conferir aqui. Lheo está no Hip Hop há uma cara, desde 1989 como
b.boy, passou pelo graffiti e é rapper com o recém lançado álbum Hip Hop de
Terreiro. Toda essa vivência pela cultura ajudou a compor esse hino que Zotto
apresenta também em vídeo clipe, trazendo a essência das block party, tom de
protesto dos anos 90, o underground dos 2000 e a personalidade contemporânea para
passar a mensagem: Se não respeita o Hip Hop, Rap jamais serão.
“É O
Rap” vem como uma resposta para as afirmações tendenciosas que dizem que o que
o rap de raiz morreu, ou que o boombap não vende e que rap de mensagem é
obsoleto, como destaca Lheo Zotto. O MC, com toda a história que carrega e toda
a essência do Hip Hop que respira, segue atento as produções autorais e é fã de
muitos artistas da cena atual, como deixou bem claro na entrevista que fizemos,
porém, o rap tem tomado caminhos cada vez mais distantes de sua origem e função
de dar voz aos excluídos, o grito de quem não é ouvido, ou como Lheo descreve
de forma magistral “um golpe contra a onda anti-boombap, contra essa corrente
que insiste em esvaziar o compromisso que o rap tem com a visão social e
política...”.
Em
letra que mergulha na história do Hip Hop, lembrando das festas de quarteirão
de Kool Herc, os samples em fita K7, Chuck D, do Public Enemy, o grupo Código
13, integrantes do primeiro LP de Hip Hop do Brasil, o lendário Cultura de Rua, Lheo aparece com a peita do Conspiração Positiva, grupo que integrou, e também passa pela parceria de Black Alien com o Maestro do Canão, Sabotage, onde
sabiamente profere a frase “dividido a gente cai”, e com destaque ao “Boom Biddy Bye Bye”, do Cypress Hill e repetido por
Gustavo, e agora repetido por Zotto, mostrando que o Hip Hop é isso, levar a
diante as referências, respeito a quem veio antes.
Um pouco das referências de Lheo Zotto
Mas
voltando a frase do Mr Niterói, dividido a gente cai, Lheo a utiliza para
criticar a cena do hype e egotrip que divide os MC’s dessa fase que vivemos e
que reflete nas letras atuais: “Opiniões de gente que nem sente o que é Hip
Hop, declarando que o que sempre manteve o rap vivo, que é sua veia
contestatória, de encorporamento de negritude e afrocentrismo, está em desuso e
que já não comove os ouvintes do RAP, que parece querer ouvir um conteúdo cada
vez mais esvaziado de mensagem...”
Em “É
O Rap” Lheo Zotto também lembra das origens do Hip Hop, assim como de sua
trajetória, como no trecho (que é repetido para que fique bem claro): “Dos becos
da Jamaica aos guetos do Bronx, para as ruas do Brasil, África é a fonte”, a
cultural nasceu dos sounds systems nos guetos de Kingston e chegou as
periferias do Bronx, onde se desenvolveu e ganhou o mundo, chegando aos ouvidos
brasileiros, mas antes de toda essa caminhada é necessário lembrar que o Hip
Hop é negro, sua origem ancestral é no continente africano, as batidas
eletrônicas são a modernização dos tambores regionais da grande África. A
inserção dessa informação por Lheo Zotto é um tapa na afronta que muitos fazem
a história, tendo embranquecer o rap e sua essência.
Esse
é um rap sobre o rap, não o rap produto e comercial, e sim o rap como parte do
Hip Hop, como uma música que junta dois elementos e transpira a essência, que
não se perde, de uma cultura de rua e que salva vidas. Lheo revela que esse é o
primeiro single de seu próximo álbum, que se chamará Griot de Rua.
Confira o vídeo clipe de "É O Rap":
Vídeo clipe de "É O Rap"
Sobre
a parte técnica do projeto audiovisual de “É O Rap”, a produção musical ficou
por conta do próprio Lheo Zotto, para a Malandrinhação Produções, e teve arranjos
da Jessica Valeriano no contrabaixo e do Felipe Nogueira nos eyboards, enquanto
que a mixagem e masterização são assinadas pelo Rhenan Duarte do Estúdio
COOPERATIVA, de Campinas/SP. Já as filmagens aconteceram na cidade de Ribeirão
Preto, também em São Paulo, local onde o rapper viveu por bons anos e considera
sua segunda casa, a captação de imagens e edição ficou a encargo de Jonas
Fernandes da Camaleão Produtora, de Ribeirão Preto.
Acompanhe Lheo Zotto nas Redes Sociais :
► Spotify - https://open.spotify.com/album/6lf9KI1T4QqZwE362RRZlW
► Facebook - https://www.facebook.com/lheozotto
► Soundcloud - https://soundcloud.com/lheozotto
► Instagram - https://instagram.com/lheozotto
► Twitter - https://twitter.com/lheozotto
► Facebook - http://www.facebook.com/malandrinhacaoproducoes
► Instagram - http://www.instagram.com/malandrinhacaoHipHopinc
SEM Palavras meu mano, texto lindo, cabiuloso...gratidão....tamujunto até depois do fim ! AsÈ wá
ResponderExcluir